terça-feira, 12 de junho de 2012

Isaac Cordal

Incrível como a genialidade pode estar as vezes em ideias tão simples.
Depois de ver o trabalho de Isaac Cordal, fiquei com aquela sensação de "como não pensei nisso antes?!" que qualquer pessoa fica diante do óbvio. No entanto, nós mesmos não tínhamos pensado nisso antes. O efeito surge como uma revelação.
Acho uma maravilha como o artista partiu de algo tão cotidiano, tão corriqueiro, tão comum, para expressar sua arte de maneira tão elevada. Quem nunca observou a trama de um simples coador de metal ficar toda amassada e dar a ideia de ondas ou volumes?
Simplesmente ele resolveu jogar com esses volumes e reorganizar ele mesmo a trama:
Um super efeito, não bastasse no próprio objeto, mas também na sombra que provoca. Lindo!
E você? Já tinha pensado nisso antes?

sábado, 9 de junho de 2012

Percepção espacial

Acho que minha filha veio com algum chip de percepção espacial já implantado de fábrica. Não sei bem como é isso, mas vocês com certeza vão poder partilhar as minhas preocupações e quem sabe até sugerir alguma ideia.
Noutro dia, a Carolina ganhou um trampolim (aquelas camas elásticas) de jardim de presente de uma vizinha que não mais o queria. Contudo, começou aí o nosso grande problema: nós não temos jardim! Moramos num apartamento! Onde colocar um trampolim de uns 2 ou 3 metros quadrados? O presente era muito bacana, mas não tínhamos a menor possibilidade de aceitá-lo. Ficamos todos tristes, obviamente, e agradecemos a cortesia. Só que a Carolina não se deu por vencida. Não se conformava em não poder ter aquilo que ela mais queria por pura falta de espaço.
Depois de muito pensar em como nos "dobrar", veio com esse papel, onde tentava provar por A + B que o presente cabia perfeitamente na nossa varanda. Desenhou as cadeiras e mesa que lá temos e reorganizou sua distribuição no espaço para caber o tal trampolim. Vejam:

Bem, talvez vocês achem normal, mas eu não achei nada comum uma garotinha de 7 anos fazer a redistribuição dos móveis numa "planta", com sua disposição no espaço, com setas  indicando para onde teríamos que mover as coisas para caber o novo "bem". 
Fiquei pensando qual seria a origem desse pensamento espacializado... é verdade, a tia Rachel faz umas plantas assim no computador, dos tempos em que ainda cursava arquitetura na Universidade... ela até chegou a ver alguma coisa feita pela tia uma ou duas vezes, se tanto...
Mas enquanto vasculhava a memória para entender de onde podia vir essa herança, ela me aparece com outro desenho, ainda mais grave:
Nesse desenho ela alegou que o avô tinha prometido que faria uma casa na árvore para ela da próxima vez que ela fosse na chácara. Com medo do avô construir uma casa que fosse muito diferente daquela que ela estava pensando, resolveu desenhá-la como deveria ser. Notaram que são várias?! Interligando umas com as outras por passarelas suspensas? Até me lembrei daqueles hotéis para gringos na Amazônia... 
Pela ideia dela, haveria um Clube das Crianças (sim, ela já incluiu logo os primos Fefê e Rafinha, mais a amiga Júlia para serem contemplados com uma casa na árvore na chácara do avô). Vejam que, enquanto os projetos espaciais vão muito bem, o português patina e se mistura com o alemão:
Agora digam se eu mereço: aí ela incluiu todos os rituais que as crianças deveriam fazer como senhas para ter acesso ao clube restrito. As palavras-passe, o local das reuniões, as reverências e... epa... acho que acabei por revelar a parte secreta da coisa!
Melhor sair de fininho... Mas antes disso, me digam se vocês acham que essa menina é normal. Estou com medo dela fazer uma planinha no Excell para dizer os horários que ela poderá executar atividades com a família!