segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Caso de terapia?

Alguém aí pode me dizer se isso é normal?!
Eu agora ando com meu coração aos pulos, porque todos os dias de manhã, quando vou acordar minha filha para ir à escola, deparo-me com esses quadros malucos que ela monta.
Ela escolhe a roupa que vai vestir no dia seguinte e arma tudo de acordo com o que vai trajar: calça, camisa, botas, etc... Uma hora num cabide, outra hora embaixo da cama alta onde dorme.
 Só que eu, desavisada, quando abro a porta e acendo a luz, dou de cara com "essa outra" figura e quase tenho um treco!!!
 Acham bem?! Então coração de mãe é imortal?!!!
Vou mandar essa menina para a terapia! Ou sou eu quem devo ir? Me ajudem com as vossas opiniões, por favor.

domingo, 26 de agosto de 2012

Sentimento de Minas



"Abril chegava, tingindo o céu de azul, de ponta a ponta. As madrugadas aconteciam mais transparentes. O sol, seguindo o desenho das telhas, bordava sinhaninhas no interior da casa."
                                                                                          (Indez -Bartolomeu Campos Queirós).

O lirismo da prosa de Bartolomeu Campos Queirós me comove. Redescubro Minas na pureza de sua escrita simples e sua memória arrojada. Sou toda cumplicidade.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Isaac Cordal

Incrível como a genialidade pode estar as vezes em ideias tão simples.
Depois de ver o trabalho de Isaac Cordal, fiquei com aquela sensação de "como não pensei nisso antes?!" que qualquer pessoa fica diante do óbvio. No entanto, nós mesmos não tínhamos pensado nisso antes. O efeito surge como uma revelação.
Acho uma maravilha como o artista partiu de algo tão cotidiano, tão corriqueiro, tão comum, para expressar sua arte de maneira tão elevada. Quem nunca observou a trama de um simples coador de metal ficar toda amassada e dar a ideia de ondas ou volumes?
Simplesmente ele resolveu jogar com esses volumes e reorganizar ele mesmo a trama:
Um super efeito, não bastasse no próprio objeto, mas também na sombra que provoca. Lindo!
E você? Já tinha pensado nisso antes?

sábado, 9 de junho de 2012

Percepção espacial

Acho que minha filha veio com algum chip de percepção espacial já implantado de fábrica. Não sei bem como é isso, mas vocês com certeza vão poder partilhar as minhas preocupações e quem sabe até sugerir alguma ideia.
Noutro dia, a Carolina ganhou um trampolim (aquelas camas elásticas) de jardim de presente de uma vizinha que não mais o queria. Contudo, começou aí o nosso grande problema: nós não temos jardim! Moramos num apartamento! Onde colocar um trampolim de uns 2 ou 3 metros quadrados? O presente era muito bacana, mas não tínhamos a menor possibilidade de aceitá-lo. Ficamos todos tristes, obviamente, e agradecemos a cortesia. Só que a Carolina não se deu por vencida. Não se conformava em não poder ter aquilo que ela mais queria por pura falta de espaço.
Depois de muito pensar em como nos "dobrar", veio com esse papel, onde tentava provar por A + B que o presente cabia perfeitamente na nossa varanda. Desenhou as cadeiras e mesa que lá temos e reorganizou sua distribuição no espaço para caber o tal trampolim. Vejam:

Bem, talvez vocês achem normal, mas eu não achei nada comum uma garotinha de 7 anos fazer a redistribuição dos móveis numa "planta", com sua disposição no espaço, com setas  indicando para onde teríamos que mover as coisas para caber o novo "bem". 
Fiquei pensando qual seria a origem desse pensamento espacializado... é verdade, a tia Rachel faz umas plantas assim no computador, dos tempos em que ainda cursava arquitetura na Universidade... ela até chegou a ver alguma coisa feita pela tia uma ou duas vezes, se tanto...
Mas enquanto vasculhava a memória para entender de onde podia vir essa herança, ela me aparece com outro desenho, ainda mais grave:
Nesse desenho ela alegou que o avô tinha prometido que faria uma casa na árvore para ela da próxima vez que ela fosse na chácara. Com medo do avô construir uma casa que fosse muito diferente daquela que ela estava pensando, resolveu desenhá-la como deveria ser. Notaram que são várias?! Interligando umas com as outras por passarelas suspensas? Até me lembrei daqueles hotéis para gringos na Amazônia... 
Pela ideia dela, haveria um Clube das Crianças (sim, ela já incluiu logo os primos Fefê e Rafinha, mais a amiga Júlia para serem contemplados com uma casa na árvore na chácara do avô). Vejam que, enquanto os projetos espaciais vão muito bem, o português patina e se mistura com o alemão:
Agora digam se eu mereço: aí ela incluiu todos os rituais que as crianças deveriam fazer como senhas para ter acesso ao clube restrito. As palavras-passe, o local das reuniões, as reverências e... epa... acho que acabei por revelar a parte secreta da coisa!
Melhor sair de fininho... Mas antes disso, me digam se vocês acham que essa menina é normal. Estou com medo dela fazer uma planinha no Excell para dizer os horários que ela poderá executar atividades com a família!

terça-feira, 1 de maio de 2012

Vida de galinha

Vocês se lembram que eu já quis ser uma vaca? Pois hoje não me importava nada de ser uma galinha. Vejam bem, não é qualquer galinha: é a feliz proprietária deste simpático galinheiro: 
 Agora digam se eu não tenho razão...
Quem pensou nesta belezura foram os senhores da Williams-Sonoma. Pois é... muita gente deve andar por aí sonhando com um galinheiro destes...

domingo, 15 de abril de 2012

Conclusões de uma garotinha de 7 anos


"Se Deus tivesse feito os meninos e as meninas, mas não tivesse colocado eles juntos, então a gente não haria".

Desenho para o Rejham - Carolina aos 6 anos.
Óbvio. Parece-me um raciocínio lógico, bastante razoável. Levei um pouco de tempo para entender, mas quando avaliei que se dizemos "Se ela fizesse, a Beth também faria. E se há Beth Faria, também ela haria e faria."  Ooooops! As armadilhas da nossa língua portuguesa! Ainda fui a tempo de corrigí-la e falei: "Isso mesmo, filha: Se Deus tivesse feito os meninos e as meninas, mas não os tivesse colocado juntos, então não HAVERIA a gente. Não é a gente HARIA, mas a gente HAVIA".
Fiquei pensando o quanto é importante sermos corrigidos com firmeza na hora de aprender um idioma. Cometo muito mais barbaridades do que essa tentando aprender a falar corretamente o alemão e quem me corrige e ajuda de maneira incansável é a Carolina. Então fica mais ou menos empatado, e sabemos que podemos contar uma com a outra. Eu a ajudo com o português, ela me ajuda com o alemão. Mas passado o primeiro momento de gargalhada (sim, tive que me trancar no banheiro para rir tudo o que eu HARIA segurado), fui ficando admirada com a conclusão a que ela chegara sozinha. A de que a gente não existiria se meninos e meninas não ficassem juntos... fazendo... fazendo o que, meu Deus?!!! Como foi que ela chegou a essa conclusão?!!!!
Abro a porta num rompante:
_ Hei, menina, volta aqui!!!!

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Eros, Psyché e as Penteadeiras

Se há algo que adoro é conversa inteligente sobre coisa nenhuma. Numa dessas, com um dos meus interlocutores prediletos, também conhecido como João Luís Carvalho, disputávamos quem tinha a memória mais arcaica, lembrando de móveis e utensílios que caíram em desuso e hoje ninguém mais sabe do que se trata. Lembramo-nos de coisas do arco da velha, como braseiros, escarradeiras, penteadeiras, e o João saiu-se com um tal de Pixixé (escrevo como entendi, afinal, eu entreguei os pontos nessa hora, porque decididamente eu nunca ouvira falar em pixixés e nem sabia que a palavra existia. Pensei até que fosse invenção dele. Hoje, no entanto, me deparei com a seguinte frase no livro "Ana em Veneza", do brasileiro João Silvério Trevisan:

"Junto à última parede, o deslumbrante psiché de jacarandá, com a banqueta estufada que mãe usava para pentear-se diante do espelho. (...) Dodô teve tempo de ver o lindo psiché Biedermeier passar diante dela, amarrado dentro de um carro de boi, aos solavancos, indo embora em meio a outros trastes."



Claro, corri ao dicionário só para confirmar: o que os portugueses pronunciavam como pixixé, vinha de Psiché, ou Psyché. Sim, estamos falando de mitologia grega, meus senhores! Senão, vejamos:

PSICHÉ - (Do mit. gr. Psyché, atr. do fr. psyché) Grande espelho móvel e inclinável montado numa armação; Móvel de toucador, com grandes espelhos e muitas gavetas. (Dicionário Aurélio)
Ah! O português, os portugueses, e seus encantos! Inacreditáveis os caminhos de nossa língua (sem segundas intenções, por favor)!
Agora, eu pergunto: O que uma penteadeira ou toucador têm a ver com o mito de Psyché?  Algum filósofo ou psicólogo de plantão por aí?
TCHAN TCHAN TCHAN TCHANNNNNN...
Não percam, cenas dos próximos capítulos...

Apesar da complexidade mitológica, eu arriscaria o imediatismo da ligação entre o espelho e o amor pela beleza. Clique no link para saber mais sobre o mito de Eros e Psiquê e arrisque suas próprias conclusões.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Que papel...

Inspiração pura!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

2012

Eu adoro iniciar um novo ano! É como se estivesse diante de um bloco de papel em branco e ali pudesse colocar o desenho que quisesse, do tamanho da minha imaginação. E olha que a minha imaginação é ousada, heim?!
Eu sei que a vida é a mesmíssima, apenas a continuação daquela do ano passado e de tantos anos anteriores. Mas gosto de imaginar que trocamos o bloco de desenho, assim como jogamos fora a antiga agenda já toda preenchida. Lembra do cheirinho dos cadernos acabados de comprar?

Olhar para o ano que chega com essa possibilidade de recriar a vida, me permitir outras perspectivas, conhecer lugares e saberes diferentes, novo amigos, me propor outros desafios, inventar algo nunca  antes imaginado, me renova. Faz-me renascer. Respiro reenergizada.
Você também tem essa impressão?
Então um brinde ao Ano Novo!
Que o seu bloco de desenho seja muito tentador e instigante.
Reinvente-se!