sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A vaquinha brasileira e o açúcar

Há muito tempo que eu queria fazer um açucareiro diferente e fora do convencional. Pois acho que cheguei a um resultado: Os insetos são um tema bem comum na pintura em porcelana. Então eu resolvi pegar um inseto bem brasileiro. Este besouro que aparece na tampa, é a chamada vaquinha brasileira. (Não vale rir). Achei-a tão lindinha e o nome tão poético, que resolvi utilizá-la num objeto qualquer. Foi aí que me lembrei do meu velho projeto de açucareiro. Claro, insetos adoram açúcar (dizem).
Este pequeno besouro chama-se assim devido às suas cores nacionalistas - verde e amarelo. E nem preciso dizer porque gostei da associação à vaquinha. Tanta vaca que eu conhec... ooops! Sorry!
Mas achei que formaria um conjunto sugestivo - a vaca, o inseto, o brasileiro, o açúcar... tudo a ver.
Já a Carolina achou que o popozão dele se parece com uma melancia!
E você? O que achou? Diz aí. Vem tomar um café ou um chá comigo, que eu lhe mostro a vaquinha brasileira!

domingo, 22 de novembro de 2009

Ensinamentos de mãe

Com minha mãe aprendi os ensinamentos mais imprescindíveis da vida. Dentre eles, talvez o mais importante tenha sido: "Bata no seu marido todo dia. Se você não sabe porque está batendo, ele com certeza saberá porque está apanhando!"
Força aí, mãe!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Não pula!

A Carolina sempre foi um poço de erudição.
Com apenas 2 anos de idade ela já me dava "bailes" no uso do português correto.
Um dia, brincávamos juntas na piscina com um pequeno tubarão de borracha, eu lhe perguntei:
_ Carolina, onde está o tubarão?
_ Pu-lo na água, mamãe.
_ Não pula, Carolina. A piscina é funda, tu vais beber água. Cadê o tubarão, filha?
_ Pu-lo na água, mamãe.
_ Não pula, filha. É perigoso. Onde está o...
Bem... poderíamos ter passado a tarde toda nos desentendendo se, de repente, eu não me desse conta de que ela estava a dizer "pu-lo" (colocar o objeto) e não "pulo" (salto).
Também... quem é que ia imaginar que uma garotinha assim tão pequenina iria utilizar formas tão elaboradas de falar?! Em que página do manual isto estava escrito? Ai, meu São Camões, me acode!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Decoração natalina

E você? Já fez a sua árvore de Natal? Não?
Ora... anime-se! Se não anda assim com tanta disposição, chame sua melhor amiga. As amigas sempre têm um jeitinho especial para nos ajudar nestas horas.
Tá vendo como não foi difícil?
E agora a casa ficou com um toque todo especial. Dever cumprido, então é hora de esperar uma boa safra de presentes. O bom velhinho não resiste ao apelo de uma casinha toda decorada...

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Noite inesquecível no Cabo Espichel

Não posso deixar de agradecer ao João o link excelente que postou nos comentários aqui do blog. Obrigadíssima, João! Já pesquisei "trocentos" sites sobre o bordado Madeira, mas este, de fato, é maravilhoso e eu ainda não o conhecia! Como reconhecimento pela sua generosidade, posto aqui esta foto de outros tempos, num luau que fizemos num mosteiro abandonado do Cabo Espichel. O autor da proeza é o que está de pé, de óculos e barba. Ah-há! Vocês pensavam que os portugueses gostavam somente de fado?! Pois estão redondamente enganados. Depois eu conto o que nós estávamos a cantar neste dia.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Os brinquedos do Natal

A Carocha veio me mostrar o desenho que tinha feito na própria mão: _ Gostas? Sabes o que é isso?...
_ Hummm... uma criança.
_ Sim, uma criança com as mãos assim, no queixo:

_ Ah! Tá perfeito! Ela tá mesmo com as mãos no queixo.

_ Sabes o que ela está a pensar?

_ Não. O quê?

_ Ela está a pensar em qual presente vai pedir ao Pai Natal.

_ Bem me parecia...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Aula aberta

Antes de mais nada, a baixa lisboeta é uma aula aberta de bordados. Duvida? Então olha isso: Há tanta variedade, tantas possibilidades do seu olhar ser irremediavelmente capturado, que fico com aquela sensação de quem está prestes a ser abduzido.
Há de tudo: Bordado da Madeira, de Guimarães, bainhas abertas, aplicação, bordado de Tibaldinho, Castelo Branco, Nisa ... Quase tantos tipos quanto são os nomes das terras lusas. É uma maravilha!
Ainda me lembro de uma toalha de jantar que fazia parte do enxoval da minha mãe, em bordado da Ilha da Madeira. Naqueles tempos, moça que se preze tinha que ter pelo menos uma peça destas no seu enxoval. Pena que a toalha não sobreviveu para fazer parte da minha herança.
Mas irresistível mesmo é esta outra, toda feita com aplicações:
Consegue ver seu preço afixado? Clica na imagem e ela aparecerá ampliada. Muito bem! € 2.200,00 (Dois mil e duzentos euros). Sabe quando eu vou ter uma destas?! Bingo! O dia que eu mesma fizer uma. He he he he he... Está agora percebendo porque eu decidi aprender a bordar?
Ou pensou que eu não queria ter uma toalha destas? Ou que eu nunca teria dinheiro suficiente para comprá-la?... Simples: eu faço. Claro, mas só que será no dia de São Lunguinho à tarde, porque hoje eu já estou cheia de trabalho por aqui.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Decoração natalina

A Carolina e eu resolvemos chamar logo a neve.

Estivemos a tarde de ontem a decorar nossas janelas com spray e motivos natalinos.
Como podem imaginar, ela já tem listas infindáveis de desejos para o Natal.
No entanto, enquanto trabalhávamos, ela refletia sobre as suas dificuldades atuais:
_ Mãe, achas que o Pai Natal vai trazer todos os brinquedos que eu coloquei na lista? É que eu não consigo ser boazinha o tempo todo! É muito difícil ser sempre boa!
_ Bem... não sei se ele lhe dará todos os brinquedos assinalados, mas nós estaremos prontas para isso! Faremos a nossa parte: tentaremos ser melhores e vamos enfeitar toda a nossa casa para recebê-lo!
Entrementes, eu pensei: Ser boazinha o tempo todo... Humpf! Tenho certeza que até a Regina Duarte tinha dificuldades! E olha que ela ainda ganhava um enorme salário da Globo para isso! Aposto que os presentes dela no final do ano eram todos chinfrins...
Oh! Nãããoooo! Com esse pensamento acabo de perder o relógio que eu tanto queria!! A Carolina tem toda razão: é impossível ser boazinha o tempo todo.

Paredes de caixas

Adoro lojas e confeitarias antigas. A maneira como dispunham seus produtos quase sempre são uma grata surpresa. Veja esta loja de calçados, por exemplo:
Fica na rua por trás do café Nicola, que já mencionei aqui. As paredes são todas feitas de caixas que foram fabricadas de propósito, todas brancas, iguaizinhas, com uma 'janela' de identificação e puxador.
Eu seria capaz de passar tardes inteiras a puxar cada uma delas para descobrir os sapatos que há dentro! Parece que não vão se repetir nunca! Parece também que serão todos de outras épocas... Já pensou num closet com uma parede dessas? Uau! Baixou-me uma Imelda Marcos!!! Sai deste corpo, Imelda, que ele não lhe pertence!

sábado, 7 de novembro de 2009

Baba de Caracol

Gente! Tão usando a minha baba!!! Isso me lembra o dia em que eu cheguei em casa, depois de ser informada pela médica da Carolina que ela tinha intolerância ao leite de vaca, e disse ao Jorge que, a partir de então, ela só deveria tomar leite de soja. Ele ficou a pensar e depois me saiu com essa (Não riam!): "Como será que eles fazem para tirar o leite de soja?"
haahahahhahahahahahhahahhaha (desculpem! não resisti!) Fiquei imaginando o gajo sentado ordenhando o grãozinho de soja... aahahahhahahahahahah
Ao ver o anúncio na montra portuguesa (ou vitrine, em bom brasilês), peguei-me a rir sozinha porque, seguindo a mesma linha de raciocínio, eu já podia antever um monte de gente atrás dos caracóis, a raspar do chão os seus rastros para conseguir fazer 100 gr do produto! ehehheheheheehhe
Ih! Será que é contagioso?! : o

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Flanando por Lisboa 2

No Rossio, em Lisboa, quase de frente da estátua de D. Pedro IV (para quem não está ligando o nome à pessoa: o nosso D. Pedro I, no Brasil), fica o café Nicola. Este era um dos pontos preferidos de Bocage e também de Domingos Caldas Barbosa. Este último foi considerado um dos maiores propagadores da Modinha em terras lusas. E não foram poucos os ataques que lançaram um ao outro, com direito a ofensivas pouco nobres de ambas as partes. É mais um reduto cultural que não se pode deixar de visitar. Repare bem na placa afixada por cima, no 1º andar, que eu assinalei com a seta em vermelho:
Sabe o que diz? Que ali, no primeiro piso, morou nada menos que Eça de Queiroz. Tenho ou não tenho razão para adorar esta cidade? Sinto-me revitalizada de caminhar por estes lugares impregnados de história. Lisboa me inspira e me comove. Posso ler seus autores como se eu também fizesse parte do cenário. Não há privilégio maior para um espectador, do que pensar todas as cenas de dentro do próprio palco.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Flanando por Lisboa

Alô, caros visitantes que por aqui erram. Peço desculpas pelo abandono deste blog durante alguns dias, mas tive que reabastecer meu espírito. É que as saudades de Portugal já me faziam estragos na alma e lá fui eu rever a terrinha. Estive naqueles lugares que fazem meu coração bater mais forte e assim, passo a compartilhar algumas das minhas alegrias nestes poucos dias que se passaram. Desci na nova estação do metro do Terreiro do Paço em Lisboa e um forte cheiro a maresia tomou conta de tudo. Para quem andava enregelando em meio ao Outono das montanhas suíças, isto caiu-me como uma benção nos ossos. Que calorzinho bom! Daí foi só deixar-me guiar pelo instinto e vejam onde meus passos me conduziram: Reconhecem?! Sim... lá no fundo... o Martinho da Arcada.
Para quem ainda não teve o prazer de conhecer, o Martinho da Arcada é um Café Restaurante que foi muito frequentado por Fernando Pessoa. Sítio agradabilíssimo, onde também se pode tomar um bom porto ou uma boa ginja (não é, Rachel?), enquanto se observa o movimento dos transeuntes. Ainda hoje ocorrem muitas tertúlias por lá, que nós brasileiros chamamos de saraus literários.
Não pude deixar de pensar numa nova amiga que fiz aqui na Suíça, a Adriana, com quem partilho alguns gostos literários. A propósito, amiga, consegui o nosso "Caim" e, como sempre, o Saramago não deixa nada a desejar. Que me perdoem os polémicos defensores (ih, voltei escrevendo português de Portugal!)..., digo, que me perdoem os p.o.l.ê.m.i.c.o.s defensores da Igreja, mas sei reconhecer um grande escritor quando o leio. Ave, Saramago!
Ir a Portugal, é se embrenhar no melhor do que há na literatura. Ali passeia-se pelos cenários do Eça, frequenta-se os cafés por onde andaram a pegar-se o mulato Caldas Barbosa e Bocage, vê-se a casa de Cesário Verde, Mário de Sá Carneiro, come-se um pastel de bacalhau na Brasileira ao lado de um qualquer dos heterônimos de Pessoa. Como não apaixonar-se?
Ai, Portugal... Eu estava com saudades.