quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Moda e Modinha

Preparei esse post pensando na Claudinha, do blog Modas e Músicas. Dentro daquela ideia de utilização das caixas de vinho do Porto, eu havia fabricado essa "vitrine":
Andava eu metida com transcrições de algumas modinhas de compositores que viveram no Porto na virada do século XVIII para o XIX. Mas a modinha do Tom Jobim não me saía da cabeça .
Não me pergunte o que é que isso tudo tem a ver. Sei lá...
O fato é que da moda de viola para a moda de vestir foi só um pulo (na minha cabeça desvairada). Claro, mas era uma moda com ar mais retrô: Luvas, chapéu, pérolas...
Virou um outro objeto na minha parede. Fita métrica, espelho e a indicação "saldos". No fundo, o molde do vestido que eu confeccionei para o manequim (não se vê muito bem na foto). Retroses, botões, e a letra da modinha do Tom e Vinícius...
Daí, quando encontrei o blog da Claudinha, fiquei pasma: não sou a única a associar a modinha com a moda. Tanto doido solto por aí... hehehehehe

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Annora Spence

Enquanto aguardava na sala de espera do hospital para fazer uns exames, fiquei olhando para um quadro na parede. Puxa! Eu adorava aquilo... Não sabia de quem era, nem nada... Não querendo parecer doida, já que o lugar era meio inacessível, disfarçava, ia e vinha de olhos grudados no rodapé, tentando ler qualquer coisa de longe. Afinal era uma gravura que tinha lá um título, mas não consegui divisar a autoria.
Chegando em casa, coloquei o título na net, já que pertencia a uma série de gravuras, e lá descobri: o nome dela é Annora Spence. Um ano mais velha que eu, inglesa. Cada gravura é mais linda que a outra, se é que isso é possível. Ai, vontade de encher minha casa com sua visão poética e musical da vida.
Por isso, faço questão de partilhar essa descoberta com meus amigos. Dê uma busca nesse nome (Annora Spence) na internet e prepare-se para sentir os seus olhos maravilhados. Depois me diga o que achou, se eu tenho ou não razão para me encantar.

domingo, 27 de setembro de 2009

Cafeína

Comprei uma máquina de café Nespresso... Regulei tudo direitinho, comprei as tais cápsulas, cada uma mais sugestiva que a outra... Fiz um café e esperei...

Esperei... Tomava outro café e esperava...
Mais um e...
Esperava...

Que saco!... Propaganda enganosa.
Eu já devia saber: era muita areia para o meu caminhãozinho!

Virei cafeinodependente, mas com uma bruta raiva da Nespresso! Ó, Cecília! Como é a tal mandinga para São Lunguinho? Será que ele recupera as ilusões perdidas? Eu prometo que eu dou 3 pulinhos!

sábado, 26 de setembro de 2009

Bordado isabelino

Teve uma época que eu andei doida com os bordados isabelinos, também conhecidos como bordado espanhol. Para bordá-los é preciso um tecido de trama bem regular, como o linho, por exemplo. Geralmente eram bordados em negro ou vermelho. Nesses que eu fiz abaixo, utilizei o tecido aida mesmo, só para experimentar. Não estava para morrer de contar fios. Normalmente são motivos pequeninos, que vão formando padrões à medida que se repetem.
Hoje podem ser encontrados como "enchimento" de bordados maiores, de desenhos livres, dando a ilusão de diferentes matizes, pela intensidade de pontos presentes em cada padrão, como no bordado mallorquín, que eu já postei aqui numa outra entrada.

Mas além do efeito maravilhoso, há também toda a história à volta desse tipo de bordado. Claro, tem a ver com a Rainha Isabel, de Castela, também conhecida como Isabel, a católica. Num retrato atribuído a Juan de Flandres, ela aparece com uma blusa toda bordada dessa maneira. Teria sido sua filha, Catarina de Aragão, a levar essa tradição para a corte inglesa de Henrique VIII. Assim, podemos encontrar o Retrato de Simon George, da Cornualha, feito por Hans Holbein, um pintor alemão que se estabelecera como retratista na corte inglesa, com este mesmo detalhe delicado. Nesta obra, ele aparece com uma gola toda trabalhada em bordado isabelino. Não é bacana? Acho que vou fazer uma blusa para mim com uma gola assim. Depois publico a foto no blog. Será que vou ficar com uma cara mais nobre?

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Presente logo cedo

O primeiro selo a gente nunca esquece!
(suspiro de felicidade)

A Kelly, dona do blog Por que não pensei nisso antes? me deu um selo. Que bacana! É o mais valioso da minha coleção. Sim, porque ele é o primeiro (claro, também é o único!). Quem sabe eu não esteja começando a minha coleção de selos justo agora?!

Regras:


1.Exiba a imagem do selo Blog de Ouro.

2.Poste o link do blog de quem te indicou.

3.Indique 5 blogs de sua preferência.

4.Avise seus indicados.

5.Publique as regras.

6. Confira se os blogs indicados repassaram o selo.

Então vou agora indicar os meus 5 blogs:

Bem Legaus!

Ela fala e sai andando

Retrosaria

Ateliê Gaaya

Superziper

Parabéns, moçada! Vocês fazem o meu dia mais feliz! E obrigada pelo selo, Kelly!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Inveja

O que uma pessoa tão solar quanto eu está fazendo no hemisfério norte?!
Quando é, que dia, que mês, que o sol volta a aparecer?
Silenciosamente, rumino uma inveja mesquinha das aranhas,
que conseguem manter seu ritmo de trabalho
até mesmo nesta altura do ano...
Cada teia tão arrojada...
Belíssimas tramas elaboradas
com sabedoria, ciência e arte.
São capazes de ligar as ideias mais absurdas
e tramar o impossível.
Mas o que me atormenta, é que nem é Inverno ainda.
Mal entrou o Outono...
Tenho pelo menos 8 meses pela frente
desse tempo triste e estranho.
E eu aqui: um caracol invejoso
tentando aprender a tecer coisas tão belas,
no mesmo ritmo alucinante das aranhas.
Tsé, tsé.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Ponto sombra

Esme me pediu uma explicação na postagem anterior sobre como fazer o ponto sombra. Eu disse que ele é bordado pelo avesso. Melhor esclarecendo, ele é bordado pelo direito, mas as linhas são trançadas pelo avesso. Ou seja, a trama vai sendo formada por trás, para que a transparência do tecido deixe ver a cor que passa através dele, parecendo assim uma tonalidade mais pastel. Por isso é chamado sombra. No final daquelas revistas "Labores del Hogar" há um apanhado dos pontos de bordado que são utilizados e eles têm uma maneira bem visual de mostrar como o ponto sombra é feito, veja:

Ficou mais claro assim?

Linho e linhas

Adoro bordar no linho em ponto sombra. É tudo bordado do avesso, para a cor aparecer na transparência, percebe?
Neste bordado também está associada a técnica da aplicação. Nas folhas e na moldura.
Mas o trabalho em si, nem sei bem para que o fiz. Foi só pelo prazer mesmo. E talvez um dia, quando você vier na minha casa, eu lhe sirva um chá com biscoitos de aveia em cima dessa base têxtil. Só pelo prazer mesmo.

Risada solta

Tô com uma saudade de dar risadas com a minha mãe! Não é preciso ninguém contar piada:
Ela ri assim sem motivo nenhum aparente. Você acredita?!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Neblina

Em dias frios e cheios de névoa como hoje, Preciso me cercar de coisas amigas dos olhos
para manter o tônus vital.
Preciso de muita sugestão de cor
Preciso ter vontade de desenrolar algum fio
Descobrir a ponta do novelo
Reinventar uma vontade qualquer
Pensar que, apesar da ausência de sol,
Dias brancos de neblina
Podem de repente despertar algum interesse.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Para refletir juntos

Rapaz... hoje acordei me sentindo invisível. Já sentiu isso antes? Sabe como é, né? Igual naquela pegadinha, veja aí:
É como se eu não existisse. Acho melhor refletir um pouco...
E você? O que faria numa situação destas?

sábado, 19 de setembro de 2009

Rendas no teto

Ó menina, vai ver nesse almanaque
como é que isso tudo começou
Diz quem foi que fez o primeiro teto,
Que o projeto não desmoronou?
Quem foi esse pedreiro, esse arquiteto,
E o valente primeiro morador?
("Almanaque" , de Chico Buarque)

Teto de Hotel em Moura, Alentejo, Portugal

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Agora Inês é morta

Você sabe de onde vem essa expressão? Vem da lenda de Pedro e Inês e é usada no sentido de que já é tarde demais para algo. Eu sempre ouvira essa frase, sempre entendera seu sentido, mas não conhecia a história que dera origem a ela. E só vim entender seu significado mais profundo quando estive no Mosteiro de Alcobaça, em Portugal.

Vista parcial da fachada do Mosteiro de Alcobaça

Neste mosteiro estão os restos mortais de D. Pedro I, o cruel/ o justiceiro/ o vingativo, e Inês de Castro. Mas atenção que este não é o nosso (brasileiros) D. Pedro I: O nosso, em Portugal é D. Pedro IV. O D. Pedro de que falo, foi o 8º rei de Portugal e assumiu o trono em 1357.

Nave central da Igreja

Pois é... hoje apeteceu-me falar de amor...

Quando foi casar-se com D. Constança, de Castela, num daqueles muitos casamentos arranjados, ele acabou por se apaixonar perdidamente pela aia da rainha, Inês de Castro. Resumidamente: mantiveram uma tórrida relação, tiveram filhos inclusive, e mais tarde, quando a esposa legítima morreu, D. Pedro quis casar-se com ela. No entanto, seu pai - D. Afonso IV, não aceitava essa ideia e, tendo em mente outro tipo de casamento para o filho, mandou matá-la, já que Pedro recusava-se a qualquer outra união. Louco da vida, Pedro descobriria os nomes e mandaria punir com requintes de crueldade aqueles que executaram sua amada. Por isso era chamado "o Justiceiro/O cruel". Dois anos depois, quando assumiu o trono, D. Pedro mandou desenterrar Inês e assim morta e já em decomposição, fê-la coroar rainha. As pessoas tiveram que saudá-la num cortejo mórbido e aclamá-la. Dizem que a cerimônia do beija mão foi das coisas mais tétricas e macabras que já se viu, e que ainda hoje povoa o imaginário popular.

Rótulo de caixa de cigarros

Mandou construir estes dois túmulos estupendos em Alcobaça, para que ela fosse enterrada e juntou-se a ela em 1367. Finalmente juntos!

Túmulo de D. Pedro I

Detalhe do túmulo de D. Pedro I
Detalhe do túmulo de D. Pedro I
Detalhe do túmulo de D. Pedro I

O amor lendário de Pedro e Inês pode ser encontrado na literatura, até mesmo em Os Lusíadas, de Camões, no teatro, no cinema e já virou até mesmo ópera. Não precisa ir muito longe: veja só que riqueza de arte nestes dois túmulos:


Túmulo de Inês de Castro
Detalhe do túmulo de Inês de Castro

Detalhe do túmulo de Inês de Castro
Resquiat In Pacem!

Linda história, não? Se quiser saber mais, dá uma busca na net e você vai descobrir montes de coisas sobre esse assunto. As fotos, foram gentilmente roubadas do meu irmão Ricardo, que fotografa muito bem. Ah! O Ricardo não queria que eu as postasse no blog?! Ih! Sinto muito... agora Inês é morta!